sábado, 4 de fevereiro de 2023


Rodrigues Nogueira

Origens

      Aqueles que pertencem à nossa numerosa família Nogueira, sempre demonstraram a curiosidade por saber as origens de tantos personagens interessantes que se ouvia falar quando nos reuníamos em algum evento, festivo ou não. Entretanto eram poucas as novidades acerca dos mais antigos, anteriores aos nossos próprios avós. Que tínhamos no “Velho Mundo Lusitano” as primeiras raízes, não tínhamos dúvida, mas quem eram, de onde eram, como vieram parar no Brasil, ou quando, se constituíam perguntas com poucas ou quase nenhuma resposta.

     Tratamos agora das origens dos Rodrigues Nogueira desde o mais remoto documento virtualmente disponível em Portugal e, por fim, dos Nogueira na Bahia, mais precisamente na Cidade do Salvador e em Serrinha. Tais documentos estão sendo preservados em arquivos digitalizados cujo acesso tem sido liberado pelas instituições que os detêm. 

   Embora em nossa busca pelas raízes dos Nogueira tenhamos como fonte principal e mais contemporânea a Cidade do Porto e nela a freguesia de Cedofeita como principal lugar onde surgem os Rodrigues e os Moura, aqueles que iriam resultar em nossa própria origem, foi na pequena Abaças, mencionada no registro do nascimento de Antonio Rodrigues Nogueira como sendo o lugar de origem de seu pai, nos mais remotos assentamentos da Igreja de São Pedro, personagens que acabariam por fazer parte de nossa história.

     Mais uma vez, pesquisando em antiogos livros, desde os de matrimônios, batismos e óbitos, desta vez acontecidos na Igreja de São Pedro de Abaças a partir te 1593, fomos encontrando aqueles cujos nomes são mencionados nos primeiros documentos de seus descentendes.

     Detalhe do registro de nascimento em 10 de março de 1762 de Antonio “Rodrigues” onde se lê claramente: “Antonio filho legítimo de José Rodrigues, natural da freguesia de Sam Pedro de Abaças, comarca de Villa Real e de sua mulher Joanna Maria da Silva desta freguesia (no caso Cedofeita) ...” e segue mencionando ser ele “neto pela parte paterna de Antonio Rodrigues e de sua mulher Maria Lourença de Moura, naturais da sobredita freguesia de São Pedro de Abaças ”.

     São documentos semelhantes a esse, que aos poucos e com bastante precisão, vão formando a linha familiar de nossa descendência a partir daqueles que um dia viveram nessa região de Portugal. Na sequência, outros dois dos mais importantes documentos foram localizados. O primeiro refere-se ao registro do nascimento no dia 17 de outubro de 1779 de dona Antonia Luiza, a mãe de nosso Antonio “Figura”, enquanto que o segundo se trata do registro de casamento do casal, o qual está de acordo no referente à sua filiação.

Registro do batizado de dona Antonia Luiza que transcrevemos abaixo.

 Antonia – Filha legítima de João Gonçalves natural do Valle, freguesia de Paranhos e de sua mulher Antonia Luiza de Aguiar natural da Nogueira desta freguesia e aí moradores, neta paterna de João Gonçalves e de sua mulher Maria Martins também de Paranhos, materna de José Alves Nogueira e de sua mulher Anna Luiza de Aguiar também da Nogueira. Nasceu aos dezessete dias do mês de outubro de mil setecentos e setenta e nove e foi batizada nesta Paroquial Igreja da Cedofeita por mim o Pároco Manoel Pereira aos vinte e quatro dias do dito mês, sendo padrinhos João da Sylva de Paranhos e Anna Luiza filha de Antonio de Souza da Rua das Hortas desta cidade e testemunhas o Procurador Antonio José da Costa e Francisco José da Sylva da Ribeira desta freguesia. E para que conste mandei fazer este assento que assinei.          Padre Manoel Pereira. ”

     A seguir temos o segundo documento que, embora tenha sido bastante difícil a leitura, vai nos revelar quando, como e onde se realizou a cerimônia de casamento de Antonio e dona Antonia Luiza. Certamente foi um dos achados mais preciosos, afinal nos leva ao momento em que a união dessas duas pessoas no alvorecer do séc. XIX, iria tornar possível nossa própria existência. É desse modo que vejo. É neles que está a raiz da bela Nogueira que frutificaria bem longe dali.

Registro do casamento de Antonio “escrivão” e dona Antonia Luiza – 20/03/1806

  “Antonio Roiz Nogueira - Com Antonia Luiza - Aos vinte de março do ano de mil oito centos e seis, pelo meio dia, pouco mais ou menos, feitas as denunciações necessárias na forma do Concilis e Constituições deste Bispado, nesta paroquial Igreja de Cedofeita na presença de mim Pároco Manoel Pereira e das testemunhas abaixo assinadas, receberão solenemente em face da mesma Igreja sem se descobrir impedimento algum, Antonio Rodrigues Nogueira, filho legítimo de José Rodrigues e mulher Joanna Maria neto paterno de Antonio Rodrigues e mulher Maria Lourença de Moura e materno de Domingos Leite e mulher Águeda Maria desta freguesia de Cedofeita, o contraente viúvo que ficara de Anna Luiza filha legítima de João Gonçalves e Antonia Luiza desta mesma freguesia: com Antonia Luiza filha legítima de João Gonçalves da freguesia de Paranhos desta Comarca e de Antonia Luiza; neta paterna de José Gonçalves e mulher Maria Martins desta freguesia de Paranhos, e materna de José Alves e mulher Anna Luiza [...] Mathozinhos. Testemunhas o procurador José Bernardes e Braz Antonio Teixeira [...]ambos desta freguesia [...] mandei fazer este assento que assinei.                            O Pár. Manoel Pereira”.

     Por fim, em conformidade com as informações que até agora conseguimos, nos mais diversos registros localizados e cuidadosamente analisados, pudemos construir com a máxima segurança as primeiras linhas de sucessão genealógica dos Rodrigues Nogueira que se originariam na Cidade do Salvador capital da Bahia, a partir dos personagens mais remotos que nos antecederam e que finalmente são de nosso conhecimento.



         Dos filhos de Antonio Roiz. Nogueira e dona Antonia Luiza, é aquele que leva por completo o nome do pai que segue para a Bahia em 1832 e lá constitui família, ao se casar em 29 de maio de 1847, com dona Maria José de Carvalho, filha de José Pereira de Carvalho e sua mulher D. Alexandrina Ponciana Pereira de Carvalho, ele português e ela natural da Bahia. O casal teve ao todo quinze filhos, dentre os quais Antonio Rodrigues Nogueira, nascido em 21/03/1852 (o filho que se radicou em Serrinha casando com dona Miquelina Carneiro Ribeiro - 07/07/1857-05/12/1920), falecido em 15/07/1934. Deles resultou a família Rodrigues Nogueira objeto desta nova postagem em meu blog, complementando aquela feita em dezembro de 2010, intitulada "Os Nogueira de Serrinha - Bahia".